Bolsonaro rebate versão sobre reunião com militares e nega confronto com Freire Gomes: ‘Nunca existiu voz de prisão’ 244s4e
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Ex-presidente nega ter sido repreendido por comandante do Exército em encontro que supostamente discutiu adesão das Forças Armadas a um golpe de Estado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta terça-feira (10) que tenha recebido voz de prisão do então comandante do Exército, general Freire Gomes, durante uma reunião com chefes militares em 2022. O encontro teria ocorrido para discutir estudos sobre possível apoio das Forças Armadas a uma tentativa de golpe, após a derrota nas eleições. A declaração foi feita durante interrogatório no STF (Supremo Tribunal Federal), conduzido pelo ministro Luiz Fux, no âmbito da ação penal que investiga a articulação de uma trama golpista para manter Bolsonaro no poder.
“Aquilo falado pelo brigadeiro Baptista Júnior não procede, tanto é que foi desmentido pelo próprio comandante do Exército”, afirmou Bolsonaro, referindo-se ao então comandante da Aeronáutica, que, em depoimento à Polícia Federal, afirmou que houve ameaça de prisão ao ex-presidente. “Se dependesse de alguém diferente para levar avante um plano ridículo desse, eu teria trocado o comandante da Aeronáutica”, completou.
A fala de Bolsonaro vai ao encontro da versão dada por Freire Gomes, que prestou depoimento à Justiça no mês ado. “Não aconteceu isso, de forma alguma. Alertei ao presidente que, se saísse dos aspectos jurídicos, ele seria implicado juridicamente”, declarou o general, negando ter dado qualquer ordem de prisão durante o encontro. Já o brigadeiro Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, declarou em seu depoimento que a ameaça ocorreu na ocasião, o que gerou divergência entre os militares.
Última fase da ação penal 55z5y
O depoimento de Bolsonaro integra a fase final de interrogatórios no processo que investiga a tentativa de golpe. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, conduz os interrogatórios dos oito réus apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como membros do “núcleo crucial” da conspiração. Já foram ouvidos Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator; Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; e Augusto Heleno, ex-chefe do GSI.
Ainda faltam os depoimentos dos generais Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice de Bolsonaro. As oitivas devem ser concluídas até sexta-feira (13). O julgamento que pode levar à condenação dos envolvidos está previsto para o segundo semestre deste ano. Em caso de condenação, as penas podem ultraar 30 anos de prisão.
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